Cascais é conhecida por ser um município onde residem várias nacionalidades diferentes, o que junto de outras características fazem de Cascais um mosaico cheio de cor, multicultural, transformando-se assim numa imagem de marca.
A CMC, deveria ir ao encontro de todas e cada uma dessas comunidades e depois de conhecê-las e ouvi-las, tentar dentro das suas possibilidades dar respostas específicas a todas aquelas que aqui habitam. As respostas existentes no site da câmara é uma espécie de “copy-paste” para todas; a saber: curso de português gratuito para todos. Não sei se a comunidade oriunda dos PALOP não beneficiaria mais em ter uma ajuda num curso de inglês básico, nomeadamente para aqueles que se destinem a trabalhar no ramo da restauração e hotelaria, inclusive a comunidade ucraniana, esta última chegada recentemente vítimas da guerra no seu pais; assim como outras comunidades que por diferentes razões precisem de esta língua para poder trabalhar em Cascais; uma vez que o sector do turismo em Cascais emprega um elevado número de pessoas para o qual falar inglês é fundamental. Mas seguindo nas aulas de português, certo que são gratuitas; mas também é certo que são muito pouco divulgadas, estando cingidas apenas ao site da CMC, e que nem todos os residentes estrangeiros têm acesso de forma rápida a este canal de informação; mas uma vez tendo o contacto, deparam-se com uma folha pouco amigável e até desatualizada, resumindo-se a lista de escolas e instituições onde se lecionam esses cursos (são pouquíssimas para o número de residentes estrangeiros). Mesmo quando o cidadão estrangeiro, chega ao contacto, a resposta usual que obtém é que não tem professor disponível ou que não tem o número necessário de estudantes para dar início a um novo curso.
Na área de saúde, uma informação (entre outras) que me
parece importantíssima é a da divulgação da vacina contra o cancro do colo do
útero (HPV), que devem tomar as jovens raparigas até aos 18 anos; esta vacina
não é de todo conhecida pela totalidade das comunidades que no nosso município
residem e nem sempre a integração das suas jovens no “sistema
regular” é realizado de forma imediata ou rápida; ficando em risco a
possibilidade de toma desta vacina que é
vital para que a mulher tenha uma vida futura saudável. A CMC deveria
ser a primeira a divulgar esta informação de forma eficaz e, em articulação com
as escolas e com os centros de saúde, fazer com que essa informação chegue a
todas e cada uma das comunidades que aqui residem, sob pena de ter uma
população importante de jovens mulheres com sérios riscos de saúde no futuro.
O que o site oferece no campo de saúde neste momento são os
locais dos centros de saúde e do hospital; de facto, é no mínimo simplista e
redutor para que sem diz ser uma câmara municipal moderna e próxima dos seus
cidadãos.
Falar de um mosaico multicultural é mais do que um chavão
político, usado na maioria dos casos para obter votos; precisamos sim, de
conhecer as diferentes realidades de todos e com os recursos que são de todos
ir ao encontro das especificidades dando respostas eficientes e em tempo útil.
Como Liberal aspiro viver num município verdadeiramente inclusivo, onde os
nacionais e estrangeiros que aqui moram sintam que sua cor faz toda a diferença
no tal mosaico.