Um tema que tem sido feito passar entre o barulho das luzes em Cascais é o destino que se pretende dar à famosa fábrica de máscaras, que o executivo municipal promoveu mesmo depois de ser evidente que era ao munícipe que cabia o ónus de pagar mais uma aventura empresarial.
No passado dia 29 de novembro, se duvidas houvesse, ficaram esclarecidas. O executivo liderado por Carlos Carreiras viu aprovado com os votos a favor do PSD, CDS e Chega a sua intenção de vender, ao preço que adquiriu em 2020, as instalações que servem de casa à dita fábrica. O valor de venda será de 1.750.000 euros o mesmo da sua aquisição.
Sim leste bem! Passado dois anos da aquisição não existiu nenhum processo competitivo de venda de uma propriedade comprada com o dinheiro dos munícipes de Cascais, de forma a assegurar a defesa dos seus melhores interesses.
Mas a história não termina por aqui! A venda dos imóveis será efetuada à empresa, que tem em parceria com Cascais Próxima, assistido a mesma no processo de fabrico das máscaras.
Toda esta história levanta uma série de questões que são varridas para baixo do tapete, nomeadamente, existe direito de preferência aos imóveis de alguma entidade privada por ter colaborado com as empresas da autarquia? Porque é que os imóveis localizados na Pampilheira não são vendidos em processo competitivo atendendo à localização privilegiada do mesmo? A parceria entre a empresa privada e a Cascais Próxima implicou a aquisição de algum tipo de equipamento ou serviços ou foi efetuado com base em contrapartidas futuras? Porque é que não existem contratos de aquisição por parte da autarquia ou da Cascais Próxima à dita empresa privada?
São algumas perguntas que gostaríamos de ver respondidas e que infelizmente não o foram durante a Assembleia Municipal. Mas como diz o povo “mais vale tarde que nunca”.