Após vários anos de suspensão, a CMC anuncia a reposição do sistema de bicicletas partilhadas em apenas 12 locais, e desmantela o resto do sistema
A Iniciativa Liberal (IL) Cascais acusa Carlos Carreiras, como presidente da Câmara Municipal de Cascais, e Miguel Pinto Luz, como vereador com o pelouro da mobilidade, de fracasso total na mobilidade leve e de serem responsáveis por mais um desbaratar de recursos públicos.
A Câmara Municipal de Cascais anunciou a reposição do sistema de bicicletas partilhadas, inoperativo há muitos anos, em 12 locais (de grande afluência turística), mas na realidade desmantela o sistema com a remoção docas no resto do concelho (ver fotos em anexo).
O sistema supostamente em funcionamento, agora com apenas 12 docas, que funcionam em horário limitado, e capacidade para menos de 100 bicicletas partilhadas, num concelho de mais de 200.000 habitantes, serve apenas para propaganda, e é incapaz de ser uma alternativa leve ao crescente uso de viatura própria e congestionamento rodoviário.
“A Câmara Municipal de Cascais desperdiçou centenas de milhares de euros num sistema de bicicletas partilhadas que, desde a sua inauguração, se revelou um fracasso técnico, operacional e financeiro. Desde o início que o sistema se debateu com problemas técnicos, de tal forma graves que a autarquia se viu obrigada a suspender o serviço ainda antes da pandemia, e foi incapaz de o repor.”, afirmou Miguel Barros, coordenador da IL Cascais.
De acordo com o Portal Base, entre 2016 e 2023 a empresa municipal Cascais Próxima – Gestão de Mobilidade, Espaços Urbanos e Energias, E. M. – S. A., responsável pela gestão da mobilidade em Cascais, despendeu um valor superior a 1,5 milhões de euros em pelo menos 15 contratos relacionados com o sistema de bicicletas partilhadas, incluindo aquisição de bicicletas, monólitos, totens, estações para parqueamento e carregamento de bicicletas, e em empreitadas de obra públicas relacionadas com a instalação do sistema de bicicletas partilhadas, um investimento que se confirma agora ter sido totalmente desperdiçado.
“Já apresentámos na Assembleia Municipal de Cascais uma proposta para o cabal e completo esclarecimento deste processo, desde a contratação da compra do equipamento à sua operacionalização. A maioria PSD/CDS rejeitou esta proposta. Carlos Carreiras e Miguel Pinto Luz não gostam que se saiba a verdade sobre o uso que dão aos impostos dos munícipes”, concluiu Miguel Barros.
A IL Cascais condena igualmente o negócio de aluguer presencial de bicicletas em zonas turísticas, entretanto lançado pela autarquia em mais uma aventura empresarial ruinosa, cujo custo é suportado em parte pelos impostos dos munícipes, e que está em concorrência desleal com operadores privados de aluguer / partilha de bicicletas.