Aqui em Cascais temos muito exemplos do “sucesso” do socialismo seja ele PS ou PSD. Um bom exemplo do mau resultado de tantos anos de inércia e prepotência do Estado em relação aos seus cidadãos talvez seja aquele a que todos podemos assistir, todos os dias úteis, na Rua Jaime Thomson, junto à entrada da Conservatória do Registo Civil de Cascais. Faça chuva ou sol, frio ou calor, muito antes do nascer do sol, já alguns cidadãos aí fazem fila para obter uma famigerada senha para serem atendidos durante o dia, num processo que, caso tenham chegado suficientemente cedo para obterem a dita senha, os obrigará a perder a manhã numa espera de inúmeras horas.
Filas de espera repetem-se em vários outros locais em Cascais (SEF, Segurança Social…), mas também um pouco por toda a área metropolitana de Lisboa, pelo país fora, e muitas vezes mesmo fora do país, nos diversos consulados de Portugal no estrangeiro.
Em pleno século XXI, os gestores socialistas que acham que sabem como aplicar milhares de milhões de euros em empresas como a TAP, ou a CP, ou num sistema de bicicletas partilhadas em Cascais, exemplos de como se esbanja o esforço dos cidadãos sem nada em retorno (a TAP ainda voa, mas as bicicletas partilhadas em Cascais foram simplesmente retiradas das docas para um destino incerto) não conseguem gerir os serviços para evitar estas intermináveis filas de espera para que os cidadãos tratem dos seus assuntos pessoais.
É assim não há anos, mas há décadas. E nestas décadas, pouco a pouco, fomos ficando para trás entre os países europeus. Somos (quase) os últimos da fila.
Em Cascais esta veia socialista revela-se de muitas outras formas (para além das bicicletas partilhadas) todas elas caracterizadas por uma visão grandiosa do futuro à custa de despesa desnecessária à custa do contribuinte, associada sempre a publicidade aos membros do executivo autárquico. Por exemplo, na multiplicação de aplicativos para telemóvel, onde em Cascais há pelo menos 5 (MobiCascais, FixCascais, CityPoints Cascais, Cascais 360, Cascais EDU, excluindo a famigerada PT Food, entretanto “descontinuada” após um curto período de vida, mas promovida grandiosamente pela DNA Cascais). Ou por exemplo, no tempo que os vereadores executivos dedicam a intrigas partidárias dentro do PSD onde, a menos de 3 meses de eleições legislativas, é mais importante a escolha do líder do PSD do que o programa para o futuro do país.
Em Cascais, estes desvaneios socialistas são alimentados pelas receitas fiscais do imobiliário, sobretudo o imobiliário de luxo (noutras utopias socialistas será o petróleo ou os recursos naturais…). Em 2021, Cascais vai arrecadar receitas recorde de IMT que se devem aproximar pela primeira vez dos 100 milhões de euros / ano, ao mesmo tempo que mantém uma das mais elevadas taxas de IMI entre os concelhos vizinhos, a maior taxa de participação possível no IRS, um dos estacionamentos mais caros da Área Metropolitana de Lisboa, já para não falar das taxas na fatura da água. Ao mesmo tempo não consegue manter uma rua sem buracos. Há décadas. O socialismo é assim, gerir melhor o Estado só se consegue fazer com mais recursos e mais impostos, para ficar tudo na mesma.
Entretanto, hoje muitos cidadãos estarão a planear as suas vidas para estarem amanhã de madrugada sentados no chão junto à entrada da Conservatória do Registo Civil de Cascais para mais uma longa espera.