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Por um concelho mais inclusivo

Nasci em Carcavelos e vivo há mais de 20 anos em Cascais. Não trocava este concelho por nenhum outro na Área Metropolitana de Lisboa, aqui é a minha terra e aqui gosto de viver. Tenho orgulho em ser de Cascais e por isso desejo que este concelho seja ainda muito melhor. E melhor para todos, sem exceção!

Todos temos o direito de vivermos a vida que escolhermos, de tomar as decisões por nós mesmos, de sonhar e de ter a oportunidade de trabalhar para os atingir os sonhos de cada um.

A liberdade individual e a igualdade de oportunidades são pedras angulares do liberalismo, promotoras de uma sociedade mais desenvolvida, mais coesa e mais justa.

Todos conhecemos os problemas de mobilidade existentes no concelho de Cascais. E se acrescentarmos a estes problemas a questão da acessibilidade torna-se claro que, para as pessoas com deficiência motora, a igualdade de oportunidades está longe de ser uma realidade. 

Pavimentos em calçada portuguesa, com pedra pontiagudas, desnivelados e escorregadios, árvores, sinais de transito, semáforos, caixotes de lixo e caixas técnicas (eletricidade, telecomunicações) nos passeios são alguns barreiras e obstáculos que condicionam a mobilidade diária das pessoas que se deslocam em cadeira de rodas. Para não falar nos carros estacionados nos passeios ou nos contentores para resíduos de obras (neste momento são centenas espalhados pelo concelho).

Estes obstáculos e barreiras impedem uma participação na vida económica social e cultural nas mesmas condições de as outras pessoas. Sem carro próprio, chegar à escola, à universidade, ao local de trabalho significa um investimento de tempo muito superior ao dos outros e acrescido dos riscos de atropelamento constantes porque, na maior parte dos casos, a estrada é a única via disponível para uma cadeira de rodas. É verdade que os novos autocarros e os comboios permitem transportar pessoas em cadeira de rodas mas é preciso conseguir chegar às paragens e às estações. A liberdade de dar um passeio, junto ao local onde vivemos, é quase impossível pois o “passeio dificulta o passeio” [Campanha Associação Salvador “Confinados até quando?”, Abril 2021].

A deficiência motora não significa incapacidade para uma vida plena, autónoma e realizada. E neste caso a autonomia, no que respeita à mobilidade, é também responsabilidade da CMC. Apesar de haver um esforço nas obras novas e nos centros das freguesias, a CMC tem a responsabilidade de ser proactiva na correção de todas as situações existentes e antigas que limitam a acessibilidade em vez de ser reativa, corrigindo obstáculos e barreira apenas quando são denunciados.

Aproveito para lembrar que todos somos “peões” e que também para pessoas idosas, pais e mães com carrinhos de bebés, ou mesmo para qualquer pessoa, é perigoso caminhar numa calçada portuguesa antiga, escorregadia, desnivelada e com dezenas de obstáculos e barreiras em todos os percursos.

A iniciativa liberal propõe no seu programa para as eleições autárquicas um conjunto de iniciativas de Mobilidade que visam, entre outros objetivos, “Priorizar para o peão” porque temos consciência que a mobilidade e a acessibilidade representam um tema muito importante nas nossas vidas quotidianas. E a IL na CMC será certamente um contributo para a igualdade de oportunidades e para a liberdade de todos em Cascais, construindo um concelho muito mais inclusivo.