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Por um maior incentivo à reciclagem

A Câmara Municipal de Cascais precisa de mudar a sua posição quanto à reciclagem e ao tratamento de resíduos.

Não faz sentido nenhum a taxa de resíduos fazer parte da fatura da água, pois esta situação cria uma enorme injustiça para com os munícipes que fazem a devida separação dos resíduos e que, consequentemente, criam menos lixo indiferenciado. Ou seja, quem faz a separação dos resíduos paga a mesma percentagem que os indivíduos que não a fazem, não havendo um incentivo à reciclagem.

Em Cascais, de acordo com a Deco Proteste, um consumo médio de 120 metros cúbicos anuais de água resulta numa fatura no valor de 352,41 €, sendo que, deste valor, 60,01 € são destinados à taxa de resíduos. De acordo com a mesma fonte, 80% dos municípios portugueses têm a taxa de resíduos aplicada em função do consumo de água, logo o nosso concelho poderia ser pioneiro no incentivo à reciclagem e em políticas fiscais mais justas para o consumidor.

Tal como já tinha sido proposto no Programa Autárquico 2021 do núcleo de Cascais da Iniciativa Liberal, é necessário separar a fatura da água da fatura dos resíduos, sendo que a taxa dos resíduos deveria ser proporcional à quantidade de resíduos produzidos (lixo indiferenciado), criando assim, um verdadeiro encorajamento à separação de resíduos para reciclagem.

Felizmente, o Decreto-Lei n.º 102-D/2020 estabelece um prazo para os municípios adotarem este sistema, sendo que o têm de fazer no prazo de cinco anos (até 2026). Apesar disso, considero que Cascais pode e deve aplicar este sistema antes do prazo, servindo de exemplo para os municípios onde esta injustiça continua a ser praticada.