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Propaganda por favores

O preço das casas continua a fazer manchete não só pelo peso que a habitação tem no bolso das pessoas, mas porque não para de subir.

Neste aspeto a estratégia do executivo Câmara de Cascais é clara: “a nossa ambição é que a habitação pública caminhe tendencialmente, ao longo dos próximos anos, até aos 30% do total do parque habitacional do concelho.”. Tendo sido aprovada no dia 31 de janeiro a “Moção de apoio à estratégia local de habitação” pelo PSD, CDS e Chega em reunião da Assembleia Municipal de Cascais. Ora se alguém pensa que o estado tem capacidade para de repente inundar o mercado com casas a pergunta que se faz é, mas vai pagar com o dinheiro de quem? E quem vai ser o feliz contemplado? E como vai ser calculado o preço?

A cegueira ideológica (ou ignorância dos princípios fundamentais do que é o mercado imobiliário) não lhes permite ver que o preço da habitação está alto porque na última década praticamente não houve crescimento do parque habitacional. Factos facilmente comprovados pelos resultados preliminares dos últimos números dos censos, onde a habitação na área Metropolitana de Lisboa cresceu nos últimos 10 anos uns meros 0,8%. Ou seja, praticamente não houve crescimento.

Caso a autarquia consiga, com o dinheiro dos nossos impostos, controlar 30% do parque habitacional em Cascais, o problema vai piorar. Aliás, assim que o estado entrar em força no mercado da habitação com as suas regras sobre quem merece ou não ter casa vamos assistir a um debandar da pouca oferta que ainda se mantém. Quem quer concorrer com o estado e os seus preços subsidiados pelos impostos no seu juízo perfeito? Ninguém! E nessa altura ainda faltarão mais casas e assistiremos a nova escalada de preços ou no degradar generalizado do parque habitacional. Provavelmente assistiremos ao continuado crescimento de alojamentos de luxo em Cascais pois será a gama da oferta onde a autarquia (em princípio) não irá competir com os restantes operadores.

Grande parte do problema passa pelo sistema de licenciamento extremamente burocratizado, impostos elevados sobre património e um sistema de transportes coletivos com enormes problemas que afeta principalmente quem vive longe dos centros. Bastava começar por mexer num destes fatores para se começar a assistir a um reequilibrar da oferta e procura com o consequente estabilizar de preços.

Por tudo isto se conclui que no reino mágico de Cascais a autarquia liderada pelo PSD, cada vez mais está desligada da realidade. Talvez por isso, seja cada vez mais normal vermos fotografias sobre moda e paisagens fofinhas nas redes sociais dos seus vereadores. Verdadeiros influencers digitais ao nível do que de melhor se faz nas revistas cor-de-rosa!