Em 2021, na habitual propaganda do PSD antes das eleições autárquicas, apareceram espalhados pelo concelho um conjunto de cerca de 30 grandes cartazes, de tom amarelo com o título “O que vai ser aqui”, com grandes promessas sobre “obras estruturantes” que a Câmara Municipal de Cascais estava a realizar ou prometia realizar nos próximos anos.
Muitos destes cartazes foram colocados à entrada de locais como a Escola
Secundária de Cascais, onde votam milhares de pessoas, ou em locais distantes
da prometida obra, mas junto de zonas de grande tráfego. Por serem uma
flagrante violação da lei eleitoral, e porque a Iniciativa Liberal não compactua
com batotices, estes cartazes acabaram por ser cobertos com uma tela negra
durante a campanha eleitoral, após queixa na Comissão Nacional de Eleições.
A maior promessa era a tão desejada nova Escola Secundária de Cascais, um projeto estimado em 21 milhões de euros, com início previsto para setembro de 2022 e conclusão em setembro de 2024. Convém recordar que o vereador da educação anunciou, em 2019 a construção da nova escola. Até hoje nada foi ainda construído, mas no recentemente aprovado orçamento da Câmara Municipal de Cascais, a conclusão foi adiada para 2026, e o seu custo previsto é agora de 30,61 milhões de euros.
Para dezembro de 2022 prometia Carlos Carreiras o início da requalificação da Escola Secundária de São João do Estoril, com conclusão em junho de 2024, e um custo previsto de 7,69 milhões de euros. Mais uma vez, nada está construído, a conclusão está agora prevista para 2026, tendo o custo subido para 12,99 milhões de euros.
Também para dezembro de 2022 e conclusão em junho de 2024 prometia Carlos Carreiras o início da modernização da Escola Básica e Secundária Ibn Mucana, com um custo previsto de 2,90 milhões de euros. Nada está feito, a conclusão foi adiada também para 2026 com um custo que é agora de 12,49 milhões de euros.
Ainda para dezembro de 2022 e conclusão em setembro de 2024 foi prometido o novo Centro de Saúde de Cascais, com um custo previsto de 6,00 milhões de euros. Nada está feito, a conclusão é agora 2025 e o custo é de 7,1 milhões de euros.
Outros exemplos de promessas semelhantes são a modernização da Escola Secundária Fernando Lopes Graça, as residências no Mosteiro Santa Maria Mar, a Casa de Artes Carlos Marinho e o Centro de Dia Matos Cheirinho.
Talvez o exemplo mais flagrante desta descontração e desresponsabilização seja a recuperação da Bataria da Parede, algo que vem sendo anunciado desde pelo menos 2014. Em 2022, quando a Câmara Municipal de Cascais pode finalmente dar início à recuperação do espaço, limita-se a cortar as ervas daninhas, porque em 8 anos nunca pensou em preparar o projeto de recuperação deste espaço, algo que só agora parece ter começado a fazer. Não há prazos estimados de conclusão, nem estimativa de custo atualizada.
Ou seja, dos projetos cujo início estava prometido durante este mandato, este executivo não conseguiu dar início a nenhum deles nos prazos que prometeu, nem vai conseguir terminar nenhum deles conforme prometido quer em prazo quer em custo. Sem surpresas, alguns destes atrasos vão, convenientemente, significar que a sua conclusão vai ter lugar uns meses antes das eleições autárquicas de 2025.
É importante realçar que muitos destes projetos são na área da escolaridade obrigatória. Mais uma vez se comprova que este executivo autárquico tem uma visão elitista da educação, em que, sendo escola pública, é algo para se ir fazendo, e não uma prioridade deste executivo autárquico como deveria ser. As crianças mais desfavorecidas deste concelho, que o PS impõe, por pura ideologia, que estudem na escola pública, e o PSD adia as tão necessárias instalações, são tratadas com papas e bolos ou, se preferirem, com desfiles de camelos e fogo de artifício.
Este PSD Cascais está, como as promessas que fez, fora de prazo.