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Razão

O racismo é apenas um dos aspetos onde a mistura de alguma ignorância, regada com medo e desconhecimento gera um tipo de ostracismo.

A necessidade, seja ela comercial, social ou de conhecimento, se não estiver estigmatizada, aproxima os povos, aproxima as pessoas. A inclusão não pode ser imposta, mas o conhecimento pode e deve tomar esse lugar.

Podemos analisar sociológica e psicologicamente o que provoca a falta de cultura crítica, de informação básica, de análise para além da primeira camada, em muitos aspetos da vida do nosso País.

Somos todos portugueses.

Os benfiquistas os sportinguistas, os portistas e os bracarenses, os comunistas e os centristas, os liberais e os bloquistas, os tauromáquicos e os defensores dos animais, os covideiros e os convivialistas.

Não podemos ter medo de viver com as nossas diferenças.

Sempre que nos prestamos, realmente, a ouvir os argumentos de quem pensa diferente de nós, percebemos que existe razão em quase todos os pontos de vista que são balizados por algum conhecimento. Verificamos que somos igualmente acérrimos a defender os nossos pontos de vista, mesmo quando conotamos os outros da mesma firmeza.

As mulheres e os homens, os ciganos e os negros, os de esquerda e os de direita, os crentes e os descrentes têm todos muito mais a ganhar se derrubarem barreiras.

Há um paradigma que tem que mudar, e esse paradigma está relacionado com o desconhecimento que temos de como funciona o nosso cérebro.

Sempre que um assunto “migra” para a zona do cérebro que fica ativa durante as paixões, deixamos de racionalizar corretamente. Vemos isso de um modo muito claro, na paixão clubística ou passional, mas isso acontece com muito mais assuntos do nosso dia a dia, como por exemplo quando conduzimos.

Se tomarmos consciência desta “migração” conseguimos evitar o desperdício de muita energia, que será muito mais útil na solução construtiva de problemas.

Vamos verificar que aquilo que nos une é muito mais importante do que aquilo em que temos opiniões diferentes, ou sobre o modo como vamos atingir os nossos objetivos.

No início de mais uma campanha eleitoral para as autárquicas, este alerta tem um objetivo.

Para cada crítica que sentimos direito de fazer, devemos apresentar, pelo menos uma solução melhor do que a vigente.

Assim iremos construir uma sociedade melhor, mais racional e aberta, mais inclusiva e feliz.