Com o ano de 2023 a terminar, no meio das iluminações de Natal, das
festividades, dos cortejos e desfiles, das festas e das celebrações, tudo pago
pelos impostos dos munícipes, olhemos para o ano de 2023 e para o que ficou por
fazer.
Na mobilidade, a situação é caótica em inúmeros pontos do concelho. As
obras e as alterações sucedem-se nos mesmos locais, o congestionamento
agrava-se todos os dias. Exemplo disto é Avenida 25 de Abril onde depois de se
terem feito obras e colocado novas rotundas, temos um outro troço desta
importante via em obras. Para a esmagadora maioria dos munícipes, os
transportes públicos ou a mobilidade leve não são alternativas. Há muito que a
IL Cascais reclama pela requalificação da Linha de Cascais, a sua ligação à
Linha da Cintura e a introdução de um metro ligeiro de superfície a unir
Cascais, Oeiras e Sintra.
No ambiente e na sustentabilidade continuamos com os mesmos problemas de
sempre. Poluição nas praias e ribeiras, incêndios florestais, objetivos de
reciclagem longe de serem atingidos, via pública usada para abandonar todo o
tipo de resíduos. Tudo isto se agravou em 2023 onde assistimos ao enorme
incêndio que consumiu uma vasta área verde ao longo do vale da Ribeira das
Vinhas. Havia incêndios assim nos anos 70 e 80 do século passado.
Sustentabilidade não é comprar carros elétricos novos para os quadros superiores
da Câmara Municipal de Cascais ou operar autocarros a hidrogénio que circulam
vazios.
Na educação, as promessas feitas em 2021, aquando das eleições autárquicas,
para a renovação de algumas escolas secundárias estão longe de começar. A
construção da Escola Secundária de Cascais, seis meses após o suposto “início
das obras”, nem escavações para fundações tem.
Na habitação, um problema que requere uma estreita coordenação entre o
governo central, os concelhos vizinhos e o poder local, é cada um por si, numa
corrida por oportunidades mediáticas de “entrega de chaves”.
Na cultura e património, a Bataria da Parede continua entregue às ervas que
por lá crescem.
Na transparência e participação cívica continuamos com uma verdadeira falta
de cultura democrática. Continuamos a ter políticos, quer a nível local, quer a
nível nacional, que pensam que ganhar eleições é uma carta verde para fazer o
que se quer durante 4 anos. Cascais não foge à regra. Aos inúmeros pedidos de
informação feitos pela IL na Assembleia Municipal de Cascais não houve até
agora uma única resposta, muitos meses depois de terem sido submetidos. Para
uma autarquia que gasta milhares de euros em publicidade e redes sociais, a
divulgação de processos de consulta pública em curso é notoriamente limitada. A
página do Facebook da Câmara Municipal de Cascais partilha mais publicações da
página pessoal seu vice-presidente, Miguel Pinto Luz, que divulga processos de
consulta pública. As propostas que são submetidas à Assembleia Municipal e as
atas das referidas reuniões continuam a não ser de fácil acesso para todos.
Mais exemplos haveriam, mas este artigo já vai longo..
O balanço de 2023 não pode, por isso, ser positivo. Mas não tem de ser
assim. Um futuro melhor e diferente para Cascais depende de todos nós. Depende
de, em 2024 e em 2025, não votarmos nos mesmos de sempre.
Um Próspero Ano Novo para todos!