Termina este próximo sábado o meu mandato como coordenador da IL Cascais. O próximo coordenador será o meu colega Carlos Raposo que lidera a única lista candidata. Sem drama, nem eternização de funções, a passagem de testemunho será pacífica. A IL Cascais, um dos maiores e mais antigos núcleos da IL, ficará bem entregue.
Destes últimos 5 anos, em que a IL Cascais tem vindo a fazer uma forte oposição ao PSD Cascais de Carlos Carreiras e Miguel Pinto Luz, fica uma péssima imagem da classe política local que nos governa há décadas, à semelhança da imagem negativa que muitos portugueses têm da classe política em geral, dominada pelo PS e pelo PSD nos últimos 50 anos.
Numa democracia, o papel da oposição é o de fazer o escrutínio do poder político. Aqui em Cascais a classe política no poder deliberadamente (e impunemente) bloqueia esse escrutínio.
Pedidos de acesso a documentos suportados por pareceres da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos, desfavoráveis à Câmara Municipal de Cascais, foram repetidamente ignorados.
Ao repetido incumprimento das leis eleitorais em 2021 e ao acumular de decisões desfavoráveis, respondeu Carlos Carreiras com ataques à idoneidade da Comissão Nacional de Eleições. O pedido de informação sobre o custo incorrido pela autarquia na ação em tribunal contra a Comissão Nacional de Eleições (que esta última ganhou) aguarda uma resposta da Câmara Municipal de Cascais há meses.
Apoiado por uma maioria na Assembleia Municipal, os deputados municipais do PSD/CDS têm repetidamente retirado competências à própria Assembleia Municipal dando o poder de decisão, sem escrutínio, ao executivo da Câmara Municipal de Cascais. Exemplos são as isenções concedidas no estacionamento em Cascais (ao critério de Carlos Carreiras) ou as isenções de compensações devidas à Câmara Municipal de Cascais (decididas pela Assembleia Municipal desde que propostas pela Câmara Municipal de Cascais, sem se conhecer o critério imparcial que norteia cada proposta). Mais, o pedido de informação sobre as isenções concedidas por Carlos Carreiras no estacionamento em Cascais, como outros pedidos de informação, aguarda resposta há muitos meses.
As propostas apresentadas para esclarecimento dos factos em temas como o ruinoso investimento no sistema de bicicletas partilhadas ou a poluição nas praias foram rejeitados pelo PSD.
O que se passou na resposta operacional ao devastador incêndio do verão de 2023, as consequências financeiras e outras da perda da ação em tribunal contra a Scotturb, os verdadeiros motivos para os atrasos intermináveis na construção da nova Escola Secundária de Cascais, e tantos outros exemplos onde se exige transparência não são do conhecimento público.
Numa democracia funcional, os factos são determinados e conhecidos de todos, e o poder político assume as suas responsabilidades. Em Cascais, pelo contrário, temos uma classe política assente na cultura da opacidade, do fingir que disse, mas nada dizer, do fazer de conta que está tudo bem, mesmo quando a casa, ou a floresta, arde. O PSD Cascais esconde, omite e bloqueia. Mas não é só em Cascais.
Quando assistimos a notícias como a do dinheiro escondido numa estante no gabinete do primeiro-ministro, ou as investigações na Madeira, pouca confiança resta na classe política dominada pelo PSD e pelo PS nestes últimos 50 anos.
Este modelo de repetidos escândalos e situações duvidosas, de uma impunidade total, não serve nem Portugal nem Cascais. Precisamos de partidos sérios, onde as pessoas trabalhem em prol do país e do concelho.
Desafio os leitores a consultar o sítio da IL Cascais, e a consultar todas as propostas que fizemos aqui em Cascais desde 2021 e a comparar o que a IL Cascais apresentou, com o que os outros partidos apresentaram. Nenhum partido da oposição tem trabalhado tanto em Cascais como a Iniciativa Liberal. Nenhum partido trabalhará tanto por Portugal como a Iniciativa Liberal. Somos um partido diferente de todos os outros.
A 10 de março, a única opção que pode trazer a Portugal, e Cascais, uma
nova classe política é votar Iniciativa Liberal.