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Zangaram-se as comadres!

As comadres, “vizinhas”, uma é de São Bento e a outra de Belém, nos últimos sete anos até se tinham dado muito bem, ainda que, pelo meio, tivesse existido um ou outro episódio mais desconfortável de parte a parte, como é normal da convivência comunitária. Ambas as vizinhas precisam uma da outra, há uma clara relação de dependência pois ambas são narcisistas, egocêntricas, desligadas da realidade e, como dizem os nossos irmãos do outro lado do Atlântico, são ambas umas grandes “traíras” entre outros aspetos que têm em comum. Estas vizinhas necessitam uma da outra pois existe um tabu que as une um tal da “estabilidade comunitária”, por mais que a vizinha de São Bento se porte mal e prejudique os demais vizinhos, a vizinha de Belém nunca a denuncia, apenas lhe dá uns fracos avisos para não lhe puxar o tapete e ambas ficarem mal vistas.

Isto é assim apesar da vizinha de Belém ter comprado, há pouco tempo, uns melões à vizinha de São Bento e a coisa não ter corrido muito bem…

Mas eis que parece que quando se tocou na problemática da habitação, a barraca abanou e que safanão que foi! Então não é que a vizinha de São Bento só agora é que se apercebeu de que havia um problema na habitação, comum a todos os bairros deste país, e lá teve de desenhar um plano em cima do joelho, claro que deu barraca, dá sempre quando nos apercebemos, tardiamente, da realidade!

Será que a relação das comadres, ficará a mesma daqui para a frente?

Para mim, que sempre vislumbrei e analisei a relação de fora, a paz podre quereinava entre as vizinhas já era notória há bastante tempo por partilharem das mesmas características, o que muitas vezes levava ambas a lutarem pelo protagonismo das suas pequenas e medíocres ações (cada uma no seu bairro) fosse extrapolado para lá do reconhecimento que mereciam. A vizinha de Belém sempre ameaçou, ameaçou e quase que colocou a irmandade em perigo quando pediu a opinião do resto da população no que tocava às ideias da sua vizinha (tendo esta tido um surpreendente apoio popular), fora isso, da sua varanda apenas saíram os tais leves avisos sem grande impacto nas ações da vizinha de São Bento.

Creio que, como ambas irão ser despejadas em 2026, agora será a melhor altura de começarem a lavar roupa suja em plena praça pública, principalmente do lado da vizinha de Belém que não quer ficar na história do seu bairro como uma mera nota de rodapé, atrás de outras vizinhas suas (a D. Alcains e a D. Boliqueime). Já a vizinha de São Bento, segundo dizem, vai emigrar e está mais preocupada de onde irá calhar! A luta de egos poderá passar a ser um chá de revelação das verdadeiras cores destas vizinhas onde, nem uma nem outra, querem perder protagonismo e onde ambas não têm nada a perder neste momento.

A irmandade de duas pessoas com intenções dúbias nunca cheira bem e já cheirava mal há muito tempo de São Bento a Belém