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A Velha Vingança

“No meio está a virtude, sendo os extremos vícios” já escrevia Aristóteles em “A Ética a Nicómaco” que é a sua principal obra sobre Ética.

Num mundo onde as opiniões estão a ficar cada vez mais polarizadas, onde as redes sociais incendeiam as sociedades, onde os conceitos de liberdade e democracia são cada vez mais esdrúxulos optar por uma vida centrada numa virtude que é cada vez mais estranha a muita gente: a moderação; é sem dúvida um acto de coragem ser capaz de não nos deixarmos levar pela a atratividade pífia dos extremos que, mais que nunca, nos dão provas de que se tocam!

Um dos mais antigos conflitos do mundo, teve mais um novo e triste episódio. O Hamas – movimento extremista islâmico – que governa sobre os territórios de Gaza e da Cisjordânia, que constituem a Palestina atacou mais uma vez, território israelita, principalmente a Sul. Este que foi um dos – se não mesmo o maior – ataque aéreo e terrestre, em termos operacionais e de vítimas, desde que há memória, teve, infelizmente, nos “espelhos” da sociedade – as redes sociais – a sua pior faceta. Quer no Facebook, Instagram e, especialmente, no X (ex-Twitter) os ânimos exaltaram-se e o mundo, mais uma vez, polarizou-se entre os “bons” e os “maus”, os que “podem defender-se” dos que “não podem atacar”, enfim, uma discussão que se move devido a agendas políticas que assentam no ódio, discriminação, vingança e medo em ambos os lados do conflito.

A maior curiosidade coloca-se mais do lado do Estado israelita pois como é que foi possível que uma zona que é conhecida pela sua segurança apertada e um país que tem como sistema de defesa aérea antimíssil/drones o inovador e, praticamente, infalível “Iron Dome” (cúpula de ferro, em português) falhou tudo ao mesmo tempo? Foi o que mais me inquietou neste maisrecente episódio do conflito israelo-palestiniano que teve início em 1948.

É que da parte palestiniana, há muito tempo que se sabia que o modus operandi Hamas era igual ao do Estado Islâmico (vulgo ISIS) e por isso, assim que tivessem uma oportunidade de estarem bem armados e de apanharem Israel de “surpresa” iriam atacar – e com força – pois o que se espera de um lobo faminto, que se vai provocando ao longo do tempo, enjaulado?

Nada me surpreendeu, pois, se há coisa que não se pode esperar de extremistas – bem como, dos que os apoiam – é moderação.

Trata-se, este, de um ciclo que não tem fim à vista, infelizmente, pois ambos os lados alimentam as suas ambições recorrendo à mesma arma de sempre: o sofrimento dos seus povos.

שָׁלוֹם

سلام